terça-feira, 3 de junho de 2014

Dia 3: Espelho #PHpoemaday

Ela entrou na loja por causa dele. Brilhoso, mas não muito chamativo. Discreto, mas nem assim apagado. Era perfeito em toda a sua glória. Tinha até o seu tamanho. Podia imagina-lo em seu corpo. Melhor do que isso, poderia vê-lo em seu corpo sem imaginação.

Entrou como uma luva. O tecido macio como seda. Mas não era seda.
Dois passos para a esquerda e o espelho lhe revelava a realidade. A sua imagem refletida no metal vitrificado que sem distorção física só pode representar a mais honesta realidade.
A mais honesta verdade.
A luz que vem da lampada, atinge seu corpo, se replica no espelho e encosta em sua retina. Impulsos elétricos viajam em seu nervo ótico até o cérebro. A imaginação e a imagem que a retina recebeu não são as mesmas. Nunca serão. Você sabe disso.

Quando percebeu já estava na rua reclamando da crueldade das leis da física.

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